Poupança

Prevenção, resposta para um envelhecimento ativo e sustentável

2 min
Oct 06, 2020

As tendências de envelhecimento populacional em Espanha e em Portugal são uma chamada de atenção para que as políticas, tanto públicas como privadas, assumam os desafios de assistência e económicos de um futuro não muito distante.

Os mais recentes dados sobre envelhecimento em Espanha revelam uma tendência imparável: o país registou um novo recorde histórico: 125,7%. Isto significa que já existem 125 pessoas com idade superior a 64 anos por cada 100 pessoas com idade inferior a 16. Este número, segundo os dados publicados no mês de julho passado pelo Instituto Nacional de Estatística Espanhol (INE), pressupõe o maior aumento desde 2014.

De acordo com um relatório elaborado pela Federación de Asociaciones para la Defensa de la Sanidad Pública (Fadsp), as pessoas com idade superior a 65 anos representarão 30% da população espanhola em 2030, por comparação com os 18% atuais.

Talvez mais lentamente, mas esta evolução para um crescimento é evidente também em Portugal. Numa conferência proferida no início deste ano pelo professor da Universidade de Harvard e demógrafo norte-americano David Bloom, este especialista estimava que os cidadãos com idade superior a 65 anos representarão cerca de 30% da população vinte anos mais tarde do que no caso espanhol, ou seja, em 2050. O docente salientou que o pico de população total e de população em idade ativa foi atingido, em Portugal, em 2009. E a descida desta relação parece ser, igualmente, a tendência das próximas décadas.

Efeitos sociais e económicos de uma sociedade envelhecida

Estes dados acerca da evolução demográfica dos dois países, numa tendência que pode ser detetada na maior parte dos países desenvolvidos (particularmente os europeus), são uma chamada de atenção para o futuro económico destas regiões.

Porque, apesar de não existirem exemplos históricos de como gerir esta mudança demográfica, é evidente que ela implicará um enorme desafio em âmbitos muito concretos, tanto sociais como económicos. As pensões públicas e as poupanças com finalidades específicas, a renovação do mercado laboral, a medicina, a assistência sanitária e social ou a tecnologia e as suas aplicações necessitarão de uma adaptação imprescindível para se adequarem às necessidades de grande parte da população.

De igual forma, o setor segurador deverá adaptar tanto os seus produtos pessoais (como o Seguro de  Vida-aforro, Saúde, Lar ou Morte, por exemplo) como os seus serviços para uma sociedade cada vez mais envelhecida.

É evidente que o nível de dependência corre o risco de aumentar em grande escala. Por este motivo deveria ser prioritária a implementação tanto de políticas públicas como de alternativas privadas que abordem e potenciem um envelhecimento ativo, de modo a manter, tanto quanto possível, a independência física, económica e social das pessoas idosas. De igual forma, o enfoque da saúde deverá partir da prevenção e do diagnóstico precoce, o que significaria não só custos gerais e individuais mais baixos, como também permitiria manter por muito mais tempo uma melhor qualidade de vida.